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O FRANCÊS DO BRASILEIRO

O FRANCÊS DO BRASILEIRO

Por Silvana Coelho

UMA BOA MÉDIA, QUE NÃO SEJA REQUENTADA

   Eleito pela maioria da população como o pãozinho mais gostoso para o café da manhã, o pão francês, nunca esteve tão difícil em mantê-lo em nossas rotinas como atualmente.

    Mas nem todos querem abrir mão do seu sabor e crocância, principalmente após uma fornalha recém tirada, lambuzado de manteiga que se derrete literalmente só em vê-lo. Diga-se de passagem, que mesmo àqueles com restrições alimentares, também concordam que este casamento é perfeito.

    O que justifica o compositor Noel Rosa, em “Conversa de Botequim” (1935), samba que relata a descontração do carioca, insistir para que o garçom faça o favor, de lhe trazer depressa uma boa média que não seja requentada.

   Foi pensando nisso que a empreendedora Daniela Varanda (proprietária da panificadora Pasto con Amore), sempre antenada às necessidades de seus clientes e famosa pela qualidade e diversidade registrada em seus pães, decidiu incluir no seu catálogo de produtos o tradicional pão francês do brasileiro. Para garantir que o consumidor tenha em sua mesa o francês fresco e quentinho, a empresária adaptou a receita de modo que o produto final entregue ao usuário, esteja pré-assado e congelado. Dessa forma o cliente decide a hora que deseja saboreá-lo, levando-o ao forno para o término do preparo. Para os demais que preferem novos sabores: variedade é exatamente o que não falta no catálogo da Pasto con Amore.

Informações e encomendas: (24) 98846-9926

ONDE SURGIU O FRANCÊS DO BRASILEIRO?

   O pão francês conhecido no Brasil não tem nada a ver com o original elaborado na França. Aliás, esta criação do nome é brasileira. Em livros, arquivos e internet, tudo que se refere a origem do pão francês está registrado na década de 1910, famosa época da Belle Époque.

   Na França os pães tradicionais eram todos fininhos e compridos, conhecido como baguetes. Paris ganhou um enorme enfoque por ser reconhecida como a capital da gastronomia e um pãozinho de miolo mole que começou a circular por lá nesta época, curto, cilíndrico, branco por dentro, casquinha dourada e crocante, acabou tornando o conhecido e famoso pão “francês”.

    Em 1910 os brasileiros tentaram copiar e produzir o produto, acrescentando na receita original um pouco de açúcar e gordura na massa, dando origem ao nome PÃO FRANCÊS por ter sido copiada da culinária francesa.

   Com o tempo, o novo pão francês foi ganhando apelidos diferentes em algumas cidades do Brasil, como pãozinho (São Paulo), pão massa grossa (Maranhão), cacetinho (Rio Grande do Sul e Bahia), pão careca (Pará), média (Baixada Santista), filão, pão jacó (Sergipe), pão aguado (Paraíba), pão de sal ou pão carioquinha (Ceará).

   Ironicamente, o nosso pão francês, atualmente é um dos melhores do mundo, copiados inclusive pelos franceses, conhecido por lá como “PÃO BRASILEIRO”. Acredite se quiser!

Fontes de Pesquisa: Olivier Anquier, chef de cozinha especialista em pães

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